A NFL, o Super Bowl e os poderosos anunciantes

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2014 foi um ano diferente para a NFL (National Football League) nos Estados Unidos.

Se tratando de branding, a mais poderosa liga dos esportes americanos vinha de anos extremamente sólidos, até que bombas e escândalos envolvendo personagens conhecidos do esporte começaram a estourar em 2014. Casos de violência doméstica e outros problemas de jogadores com a justiça abalaram as estruturas da marca, que parecia estar perdendo força no começo da temporada.

Essa desvalorização poderia, e deveria acontecer com qualquer marca, mas estamos falando da maior liga, do maior esporte dos Estados Unidos. Uma marca que soube, com o passar dos anos, atrair torcedores e fazer do futebol americano algo que faz parte do estilo de vida americano. Aqui está a importância de se criar e consolidar um grande nome e uma grande marca.

A habilidade para criar novos produtos e tornar o esporte cada vez mais atrativo é notável por parte da NFL. A criação dos produtos Thursday, Monday e Sunday Night Football foram sacadas de gênios: pegaram o campeonato, dividiram em partes, venderam cada uma delas por um preço altíssimo, e a cada fim de temporada conseguem mostrar a seus compradores, que o investimento valeu a pena.

Mas não dá para falar da força da marca NFL sem falar do Super Bowl e do famoso “Halftime Show”. Nada de esquemas táticos, replays de jogadas e essas coisas que estamos acostumados por aqui. O intervalo do SuperBowl é composto por um show e ações de marcas poderosas. Este ano, a Pepsi encabeça mais uma vez a lista de marcas que investiram pesado no evento, que terá como atração musical a cantora pop Katy Perry.

Quando uma marca é forte, acaba ficando mais fácil atrair patrocinadores e marcas interessadas em investir sua verba, mas no caso da NFL, não só desperta interesse daqueles que querem patrocinar, como desperta também o interesse do concorrente daquele que quer patrocinar. O maior patrocinador do Super Bowl XLVII (o click here de 2012) foi a Pepsi, que fez ações durante todo o jogo e no intervalo principal. A maior concorrente e líder de mercado, a toda poderosa Coca-Cola, não quis ficar apenas assistindo e criou um site chamado CokePolarBowl.com. O site era apenas uma página com um vídeo em 3D, de 2 ursos sentados no gelo, comendo pipoca e bebendo o refrigerante, como se tivessem assistindo ao jogo. Todas as vezes que passava algo da Pepsi durante a transmissão real, os ursos fechavam os olhos, faziam cara feia ou até saiam da frente da TV.

Para 2015, a NFL teve mais dificuldades para encontrar patrocinadores. Algumas das gigantes marcas que antes compravam cotas para veicular, este ano preferiram ficar de fora, mas ainda assim, a NFL se mostrou grande, conseguiu vender toda a cota e se manter firme como uma grande aposta para as empresas anunciarem suas marcas e produtos. Aqui não se trata do retorno que essas empresas poderão ter após aparecerem nos comerciais, mas sim de estar sendo vista no horário com maior audiência dos EUA, em um momento onde todos – por tradição – fazem o que normalmente não gostam de fazer: prestar atenção nos anúncios e anunciantes.

Resumindo, mesmo que você não goste de futebol americano, mas tenha uma empresa, trabalhe com marketing ou queira entender mais sobre como funciona essa máquina de gerar dinheiro e negócios, recomendo o Super Bowl XLIX. Hoje, no Brasil, não é um problema encontrar maneiras de assistir: a ESPN transmitirá ao vivo, com equipe dentro do estádio e tudo, além de transmitir também em salas de cinemas espalhadas por todo o Brasil. Isso tudo é resultado de um crescimento de 800% que a emissora teve na audiência esse ano.

Repare que as marcas NFL e Super Bowl são tão fortes, que em momento algum falei sobre os times que disputarão a final. Seattle Seahawks e New England Patriots não parecem importantes quando as maiores marcas do mundo estão em plena batalha nos comerciais.

Jaderson Cassiano – C&M Propaganda